Depois do vinho evaporar, só a garrafa abandonada na pia e meus pés desentendidos, que estapeiam o chão fora do compasso, como se dançando para evocar chuva um; sol, o outro. A palavra e a razão adormecidas, incapazes da prisão discreta do controle.
Durante a mão gelada, durante uma noite gelada, durante o copo gelado; o corpo quente. Durante a transição de um não-vou para o pode-ser,
até chegar ao eu-vou-foda-se.
Enquanto a lua alcança o topo de um céu preto, chamuscado do
glíter cor de prata das estrelas. Enquanto o que é, não deveria ser. Enquanto o
passado carimba acelerado o coração, conforme os passos gingam tortos, a língua
rocambola.
Mesmo que verdade. Mesmo que indelével. Mesmo que a melancolia
estoure o peito de tanto (a frase que não deve ser soprada)
Depois, quando o rosto for manchado por páginas de um diário
contaminado de felicidade e trancado pra sempre, ela vai secar as olheiras e
dormir. E esquecer. Ou sonhar, pra que tudo deixe de existir, assim que as
pestanas se sentirem obrigadas a se destrancar, para que um novo dia continue.
10 comentários:
Nossa.
Lindo Texto!
Bom ter seu blog de volta Priscila ;)
Aaah adorei o novo layout.
meio gótico...
"meu corpo é quente e estou sentindo frio"
Tudo passa?!
?
oba!!
rs
o q acha?
Seu blog é o maximo! Vi um dos seus textos no Casal Sem Vergonha e amei! *.*
Beeijos to seguindo..
Ei Priscila! Tudo bem? Vim te contar que fiz um bate-e-volta bem humorado com o seu texto sobre os homens grudentos! Espero que goste! http://mentedoze.blogspot.com.br/2013/02/uma-cronica-sobre-homens-grudentes.html.
=)
Abraço!
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