Eu me deito e não fecho os olhos. Tenho frio e o cobertor
está muito distante do meu ânimo. A ponta do meu nariz será judiada pelo cuspe
gelado e invisível, que vem da janela atropelar o meu rosto. Talvez acorde com lábios
rachados e medo de usá-los. Sempre posso me livrar das roupas pelas três da
manhã. Um resfriado pra chamar de meu bem. A desculpa para ativar status
ausente. Sem mentiras, sem ofensas, sem escorregar das mãos de alguém. Apenas fatos.
E tetos, em cima de mim. Dos meus olhos abertos. As decisões desconfiadas tocando
a minha língua na ponta dos pés. Eu não sei o que devo. Espero precisar de um
chocolate quente amanhã, algum remédio caseiro. Que logo essa cãibra cardíaca
passa. Ou cansa.
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