sexta-feira, 22 de agosto de 2008

CHAT 3

Escolho um boteco sujo. Desses em que baratas andando pelos cantinhos repletos de migalhas de pão e poeira recebem nome e carinho do chapeiro. Sentamos ao lado da máquina de karaokê. A mesa é de madeira. Sem que eu peça, o garçom serve uma Original, dois copos. Traz também uma dose de Nega Fulô, amigo! O homem não tira os olhos de mim. Não são verdes, como os que me deixaram plantado na porta do cinema. Ele me paga! Os olhos do homem são pequenos. É a boca que chama atenção em seu rosto. Tomo um gole da cerveja. Cacete! Gelada, boa. A Nega Fulô vai da mão do garçom para a mesa de madeira para a mão de homem para sua boca. Grande. Bebe como tequila.

- Rola aquele cigarro?

Ele acende com um palito de fósforos que tira de uma caixinha de seu bolso. Calça jeans rasgada, azul clara. E traga.

O homem joga a fumaça em meu rosto. Sorri com sua boca grande e me beija.

- Qual é o seu nome?

Qual é meu nome? Não pago bebida para conhecidos. Pode me chamar de. De Tico. E me beija de novo. Morde a minha boca. Forte. Minha língua prova o sangue em meus lábios. Preciso ir ao banheiro.

No banheiro, ele. Olhos verdes e boné. Ele, canalha. Do jeito que eu gosto.

(Continua...)

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