sábado, 16 de outubro de 2010


que não sou esse sorriso integral, já sei. mas escondi. quando o cansaço de Me Parecer Com chegou - ou a fraqueza rasgou os trapinhos que cobriam o meu Não Tem Tempo Ruim - tudo que era falso fugiu. tudo em que não cabia o meu discurso. que coração é esse que se calou por tantas festas? não sou dura. e isso é graça. não sou Foda-se. e isso também deve ter charme. Menos fluorescente, mas tem. eu não entendo o que acontece até verbalizar. e fui educada pelo silêncio. Não preciso. não preciso de foto bonita pra mostrar. só pra ver. tento me olhar. foto bonita não existe. eu acho - ou é sugestão de raras e cortantes indelicadezas. meu caráter não é bronzeado e nem tem a bunda grande. e eu nunca fui com a cara dele. mas tem gente que vai. bastante. tanto que me convence. eu acredito em você. apesar de todas aquelas noites, eu acredito. e talvez o que o mundo proponha não seja pra gente. talvez eu não consiga lidar com o que é nosso. mas como eu gosto. porque o dia em que eu apagar todas as ruas pelas quais passamos e aquela padaria não me segredar mais nada, além de pão, eu posso ter encaixado outra pessoa dentro da cabeça e das minhas páginas. e não vou nem pensar na saudade de nunca tentar. estranho é como as situações se invertem. a tristeza só pra mim. pros meus sonhos egoístas e frustrados. pra gente, sobra a diversão contaminando a nascente de mais um dia. Poderia ser divertido, mas é melhor olhar pra depois.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

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hoje de manhã eu olhei pro relógio, pro céu e vi que esquentou. decidi fazer o caminho mais longo. só pra conhecer mais a cidade. colorir os ombros de rosa e sorrir pros comentários das senhorinhas de higienópolis. no caminho, os pedreiros não me cantaram. os carros não pararam para eu correr. ninguém me deu bom dia, nem olhar. Não vi um bebê sequer. Mas eu tava feliz. e leve. e era disso que eu precisava.

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