terça-feira, 26 de abril de 2011

Eu tava andando. Acho que colhendo flores. Ou outra dessas imagens bucólicas, que dão beleza a uma vida que só existe em quadro pintado ou na minha cabeça de vez em quando. Quando não quero olhar pro que é real. Só sei que acabei caindo nesse buraco. Não porque quis. Mas também não porque meus olhos me esconderam a presença dele. Talvez as folhas secas o acobertassem de maneira tão romântica que não. Não tive certeza de que o buraco só me esperava. como se consciente de que eu sou dessas que sempre tropeça e se deixa engolir por esse tipo de acidente. Até pensei, em algum momento antes da queda, que poderia haver algo estranho por ali. Mas são como aqueles momentos de beber água no meio de noitadas. Passa rapidinho. E aí sempre opto por continuar a colher flores.
E então caí. Tô aqui. Faz uns meses. Ele nem é tão fundo, eu sei. Mas estou tão fraca, que não consigo sair. Não consigo nem parar pra pensar em como poderia sair. Só penso em dormir no quentinho que faz aqui dentro. Porque também nem é mais primavera e não vejo flores pra colher lá fora. Lá fora nem tem mais sentido como antes.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

pensei por exemplo que toda vez que aterrisso ou decolo devo agradecer ao fato de ser mulher. meu coração é forte. aguenta estresse. amor. murro de decepção, então não é de enfarte que vou. mas quando desço de uma montanha-russa, a adrenalina é a mesma. alguma coisa sempre pode dar errado. a única bala do revólver. é como se a sensação de algo-pode-mudar-tudo sempre me rondasse com sorriso inquieto fincado na cara. retribuo. sem deixar escapar pra mim, naquele momento, que eu te levaria pruma montanha-russa. te levaria pruma roleta-russa.
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