Meu mundo apático se embriaga de olhares perdidos. Nem sei o que miro. O dia se esgarça em frames. Tarefas e compromissos e gritos espancam a campainha do meu controle. A janela trancada - nem o ar respira aqui dentro - o cachorro esperneando atrás dela e, quando percebo, perdi uma hora. Sessenta minutos de você, chumbo agarrado aos meus tornozelos. Me enterrando em silêncio.
A sua felicidade abafando qualquer coisa que tenha me dito naquela ligação. Na surpresa de uma esquina que dobrei, em vez de te evitar. Numa fotografia que pensei ter apagado – ela tem seu cheiro e o meu agasalho também. E terça passada se me surpreendessem: a história de alguém que respira agasalhos e tem olhos encharcados de alguma coisa que um dia ganhei por engano. Seu cheiro, que não chamo de perfume, e algumas partes da sua vida me interrompendo. Freneticamente.