sexta-feira, 16 de outubro de 2009

(SILÊNCIO)


E tinha aquele mal estar. Você se lembra? Ainda bem que passou. Eu olhando pro azulejo encardido de comida sem gosto. Você, pra mim. Eu deixando o meu corpo para o seu discurso. Um marionete sem vida? Não. Você me transformando em personagem. Eu cortando as cordinhas todas as noites. Escorregando com desculpas descaradas e reais. A culpa pesando. Por quê? Não fiz nada. Não amar mais é fazer alguma coisa? Me deixa abrir essa porta. Quero ir pra rua e voltar só mais tarde. Quando você tiver partido. Posso te ligar de vez em quando? Posso dizer alguma bobagem do tipo Foi bom enquanto durou?
O inverno vai voltar. Minha voz também. Daquele jeito que eu cantava. E talvez eu sonhe um dia com essa estranha autocobrança de tentar andar de outro jeito. De não conseguir. Porque caminho assim. Como caminhava antes de você (?). Os calos são menores. As unhas podem ser feitas. E eu posso deixar cair um pouco de cerveja no sapato que Tudo bem. Tudo bem. Eu tô bem. Eu vou ficar. Me perdoa? (?)
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