As pálpebras dele enganchadas a âncoras. O bocejo contaminando. Ele resiste ao desmaio. Insônia como opção. Encher a cabeça de informação, porque quando tudo se aquietar e o corpo ceder, só um pensamento: a maneira como ela enrolava o cabelo num coque e sorria perguntando se estava bom. E o perfume dela que apareceu na noite passada, quando ele bebia sozinho num balcão, e a vontade de não identificar a pessoa, para não destruir essa reaproximação. Era como abraçá-la de novo. Igual ao episódio da farmácia, quando brigaram, conforto e promessas de vai-dá-tudo-certo-pra-sempre-eu-sei-que-vai.
O que falta não tem nome. É espaço inabitável. Acordar ao lado dela foi só miragem. Enquanto ele esfregava os olhos, ela desaparecia, levando aquele bônus de tranquilidade junto; e a sacolinha da loja de roupas com o secador e as calcinhas.
Sonhar tem sido triste e difícil de desviar. Ele não vai controlar por muito tempo, em poucos minutos, ela protagonizará as mesmas histórias descontínuas.
Ao despertar, ele vai se ocupar de livros e café e faxina, atividades que a dissipem. Algo que a faça adormecer até o próximo encontro. O próximo cansaço vencido.
15 comentários:
Tortura de fim de amor perfeitamente descrita, Benza Deus Priscila, assim vc me mata hahaha.
"Ao despertar, ele vai se ocupar de livros e café e faxina, atividades que a dissipem."
Que venham os livros, cafés e um pouco de faxina pra quem ta curando de dor de amor.
Amei como sempre !
Carol, nossa, nossa. rs
obrigada pela passagem. que venham livros, cafés e outros amores! :)
Nicolielo mais uma vez mandando bem.
Esse de hj é contundente. Ando fazendo bastante faxina e lendo nessas ultimas semanas.
Gosto muito das imagens que crias.
De uma melancólicamente poéticas...
Acho que gosto mais dos seus textos curtos, eles vem assim como um baque seco. Interessantes!
Bjo!
LINDOOO, show. Caramba você tem um dom de descrever os aconteciemntos de maneira tão detalhada, tão imaginativa. Cada texto seu que eu leio eu imagino exatamente aquilo que você escreve. Parabéns e por favor NUNCA pare de escrever, você arrasa!
Que lindo Priscila!
'a maneira como ela enrolava o cabelo num coque e sorria perguntando se estava bom.' eu faço isso sempre!
esses seus textos curtinhos, são melancólicos mas são uma delicinha pra ler num final de tarde como essa. adoro!
confesso que entro aqui quase todos os dias pra saber se você já postou alguma coisa nova, mas tô sempre lendo os mais antigos também, e adorando tudo! :)))
"O que falta não tem nome. É espaço inabitável."
Deixa de ser linda, pri!
Amo, gnt! Obrigada por perderem minutinhos lendo o que escrevo. Os comentários de vcs me ajudam a entender mais sobre esse meu personagem que escreve.
:)
Beijos,
"O que falta não tem nome. É espaço inabitável. Acordar ao lado dela foi só miragem."
Lindo, lindo Priscila! Parabéns mais uma vez pelo seu texto. Ele é muito bom no geral, mas sempre tem um trechinho que nos prende,né? rsrsrs
Um grande abraço Pri ;)
obrigada, van. cada um percebe o trechinho que toca mais. :)
beijos
"E o perfume dela que apareceu na noite passada, quando ele bebia sozinho num balcão, e a vontade de não identificar a pessoa, para não destruir essa reaproximação."
Perfume, perfume, perfume. Bá, o problema sempre fica aí... Ótimos textos. Mesmo mesmo.
WOOOOLLL..amei! *-* Adoro a forma como suas palavras tomam forma, querida Priscila. Estou sempre dando uma passadinha por aqui, para apreciar sua maneira de escrever.
"Ao despertar, ele vai se ocupar de livros e café e faxina, atividades que a dissipem."
bj
Que bom que descobri seu blog! Lindas combinações de palavras.
oba! venha mais! ;) beijos,
Palavras profundas que me fazem refletir sobre um tempo passado. Já disse e torno arepetir: Essa sinceridade e veracidade nos seus textos é o que os deixam melhores do que já são. Amei!
Postar um comentário