terça-feira, 29 de setembro de 2009

NUMA AVENIDA COM CARROS PASSANDO

Parecia um chapéu russo. Mas não era. Se não fosse preto, poderia ser um travesseiro de penas ou plumas ou pelinhos artificiais ferido e esquecido na sarjeta. Se não estivesse manchado de vermelho, poderia ser um abraço de panos de prato sujos que se aposentaram da parte boa da copa e agora lambem o xixi de algum poodle chato e caramelo. Se estivesse vivo, faria miau. Eu olhei. Eu sempre olho. Pra alimentar a ânsia. Olho condenando meu olhar. Olho me proibindo já. Mas é ímã o bizarro. Quem nunca quase bateu o carro porque quis ver a forma que toma um gatinho esgotado de sua sétima vida, cuja última imagem que fitou foi um pneu?

3 comentários:

lili disse...

eu nunca vi. nunca vejo. nunca olho. n posso. n gosto .quase n me recupero.acho.

Thaiene__dasFadas disse...

aiiiiiii...quem nunca?

César Mengozzi disse...

Pobre Frajola... :(

Pelo menos ele não ficou espatifado.

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